quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

"Sexo, Champanhe e Tchau"


Todo mundo sabe o quanto é grande o meu amor por mulheres difíceis, neuróticas e perturbadas. Sim, porque é notória a complexidade que habita em cada uma delas e como explodem à nossa vista em falas, gestos, olhares; não obstante, essas mesmas nos intrigam com suas lágrimas e seu modo visceral de amar...

Numa época em que “quem lê melhor, Lexotan”; Sexo, Champanhe e Tchau pode ser considerada a maneira mais divertida e contemporânea de se fazer terapia em grupo e rever conceitos! Troque as pílulas por uma reflexão emergencial , fugindo da negação que lhe consome, deixando de lado os cigarros baratos, bebidas intragáveis e aquela música melosa.

Uma deliciosa comedia que expõe os mais latentes dilemas femininos desde o inicio da criação, da primeira mordida da maçã em terras paradisíacas, até esse nosso hoje multifacetado e pós- moderno.

Jezebel (Ana Cecília Mamede), uma jovem escritora que tem tudo para ser bem sucedida, limita-se diante de seus medos, fugas, obsessões e incertezas. Essa figura histérica representa bem a figura feminina atual que acumula funções, e como uma mulher de Atena, ganha o pão seu de cada dia. Entretanto, tem como sua maior dificuldade a decodificação de sentimentos e sensações; Assim como a nossa romântica em crise, nos indagamos diante de um mundo tão rápido e cheio de papéis e expectativas.

Como em um ringue intrínseco que reflete a vida real, no decorrer do espetáculo, juntamente a Jezebel travamos uma batalha íntima entrelaçada aos conselhos valiosos de Ela (Mônica Montone); Essa funciona como a voz da razão à qual todos nós precisamos ouvir, mas teimamos em dar o braço a torcer ou por orgulho ou menos valia.

Em 60 min de “autoanálise”, de maneira bem divertida e elucidativa, aprendemos a nos enxergar de frente e entender que nem sempre o que estava em jogo era realmente amor, talvez desejo, sexo, ou talvez nada mesmo, sim uma necessidade tremenda de amor próprio, além de autoconhecimento!

A obra pode ser considerada também um guia para reflexão, já que estamos sempre tentados a depositar na outra parte o foco de nossas dificuldades e fraquezas, assim, voltando ao caos habitual!

Figurino moderno e romântico; cenário, luz e trilha sonora de uma sofisticação e bom gosto inenarráveis; direção primorosa de Juliana Betti e texto de Mônica Montone: É diversão com direito a bis na certa!


Williamgo


Jezebel (Ana Cecília Mamede)




 Ela (Mônica Montone)



Imagens:  Lucilia Dowslley

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